Essa é uma história de sol quente, parada de ônibus, amor platônico e fone de ouvido. Se alguém me perguntasse qual é a minha geração, eu diria a geração dos fones de ouvido. Não somos os primeiros no espaço e no tempo a ficarmos tristes por encontrarmos conhecidos na rua, mas somos os primeiros a fazê-lo pela pena de tirar os fones. E é por causa dessa pena que eu lembro das besteiras que eu vejo na rua, é por causa da trilha sonora que os fones dão a elas.
Um ex-amor semi-correspondido me aparece na mesma parada de ônibus enquanto a pj harvey me conta estórias sobre a cidade. Eu decido não tirar os fones, decido me esconder e sem precisar decidir eu me lembro de como eu vivi tudo aquilo que estava sendo cantado, lembro que "nós quisemos achar o amor, nós quisemos sucesso, até que nada fosse suficiente, até que meu segundo nome fosse excesso". E olhando praquela pessoa eu pensei que "de algum jeito nós perdemos contato, quando eu perdi você de vista, quando você se perdeu dentro da cidade, se perdeu dentro da noite". Eu realmente me "comportava como criança" e ela tinha "um sorriso de modelo". havia "levado minhas esperanças e deixado algo quebrado por dentro".
Tudo conforme o figurino e conforme a música. eu fiquei pensando em como aquilo rimava em duas línguas, em duas vidas e talvez mais. Mas o que me encheu os olhos d´água foi pensar em como tudo isso era verdade quando a pj concluiu, com um arranjo com piano, que "agora, nós flutuamos, lidamos com a vida do jeito que ela vier".
Eu gosto do vídeo porque, como diz a descrição do youtube, é "uma interpretação".
Adorei! A gnt se isola, se deixa levar. Limpando a alma da frieza do real. A vida passando pela janela. "Q passe com o resto! Estou + interessada no som" De repente surge algo atraente e se vai. Resta o rastro inútil de lembrança p/ se arrepender e a música p/ nos fazer esquecer.
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