domingo, 20 de maio de 2012

"There is a light that never goes out", por Manoel Frasães


Prelúdio 01: Jerry Maguire, Harry e Sally, Como se fosse a primeira vez, O casamento do meu melhor amigo e 500 dias com ela, mais uma ou duas comédias românticas são permitidas – e recomendadas – para os homens assistirem. São filmes inteligentes, que possuem cenas marcantes e que fogem da fórmula água com açúcar das outras.

Prelúdio 02: Ainda no barco, ele diz que por muito tempo ela foi a mulher da sua vida e ela diz o mesmo para ele. Ele olha para ela e diz que se você ama alguém deve dizer. Apenas dizer, bem alto, porque se não o momento apenas passará. Então, sob a ponte, eles se olham e é o momento certo, não haverá mais outro. Mas ela não consegue dizer e quanto o sol aparece novamente você percebe no olhar dela que o momento simplesmente passou e que nunca mais voltará. E não há mais qualquer coisa que se possa fazer.

Embora diversos filmes tenham colocado The Smiths em suas trilhas sonoras (Curtindo a vida adoidado, Closer, A garota de rosa choque, 500 dias com ela etc.), é desta cena de O casamento do meu melhor amigo (e que não possui uma música sequer da banda na trilha) que eu me lembro sempre que penso na minha música preferida da banda.

A The Smiths tem músicas que dariam para fazer um álbum inteiro apenas com aquelas mais importantes para mim, mas não consigo dizer facilmente apenas dez ou quinze músicas que deveriam estar lá. É simplesmente impossível quando a discografia da banda é um relato desordenado sobre as coisas que vivi ou vivo. Porém, de todas, There is a light é a mais bela, a mais sincera e aquela que ao mesmo tempo me enche de alívio, angústia, alegria e dor. Desde a primeira nota ela demonstra ser uma música crua, sincera, desiludida, como as mais belas canções de amor devem ser. Todos os poemas deveriam falar apenas de amor, e esta música é um poema perfeito. Além de tudo, tem o melhor refrão já escrito.

Eu tive este ano a chance de ir ao show, agora já solo, do Moz no Rio de Janeiro. E eu não conseguiria explicar o que foi sentir o meu maior ídolo cantando as músicas que mais gosto. Ao ouvir Still Ill eu comecei a me emocionar e quando ouvi I Know Its Over as primeiras lágrimas caíram, meio que sem querer, mas foi só quando There is a light tocou que eu me senti completo e me emocionei de tal forma que mal consegui cantar. Sei que pode parecer um tanto quanto adolescente, mas eu só tenho a agradecer a The Smiths por não deixar que eu me esqueça destas coisas, ainda que seja um pouco de desesperança.

O amor da canção, embora se iniba em dizer o que sente, será para mim sempre o mais belo.

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