Quem me conhece há 22 anos ou 3 dias sabe que eu sofro de um mal grave e infinito: banzo. Sair de casa não é uma ação, é um processo; que dura muito mais tempo do que o dia inteiro que você leva pra fazer a mudança e arrumar o novo “canto”. Digamos que estou nesse processo – com altos e baixos – há mais ou menos 4 anos. Fora todas as mudanças na vida prática, a responsabilidade que aumenta, a solidão que bate às vezes, as coisas boas que traz, o fato de ter um espaço “seu”, e coisa e tal; acho que o que mais me pega é mesmo a saudade da família. Acho que quando falo pras pessoas que tenho que limpar a casa, ou “vem dormir aqui em casa hoje”, quase todas elas imaginam que minha casa é em Salvador, num apartamentinho que tem me sido muito querido desde que coloquei os pés. Não é que não seja. Mas a verdade é que sempre que volto de ônibus depois de um fim de semana/feriado/fugida, volto com um aperto gigantesco no coração. É um sentimento que nunca me larga, e que às vezes eu confundo com outras coisas. Ou talvez também sejam essas outras coisas, mas acabo colocando tudo na conta do banzo. Porque minha casa significa os cheiros que me criaram, os abraços e colos que preciso, as risadas que não encontro iguais, as manias e gestos familiares. Não que fosse tudo sempre lindo e maravilhoso, viver em família nunca é. Mas também não tem nada igual. E a música que eu escolhi pra esse dia de cumpleaños é uma das mais especiais da minha vida, porque ela meio que fala sobre esse banzo pra mim, sobre essas voltas sofríveis e necessárias, sobre um não-pertencimento. E ela simplesmente vem dos dois caras mais incríveis que já tocaram e cantaram coisas nesse mundo, que me abraçam bem forte toda vez que a coisa aperta. CHEGA DE NHENHENHEM, ESCUTEM ISSO AÍ QUE ELES SÃO FODA, NA MORAL!
domingo, 20 de maio de 2012
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