Há muito e muito tempo atrás, o mundo não era nada parecido com o que é hoje. Por exemplo, não havia Internet. Não, tô falando sério. Mesmo. Eu sei, bem estranho.
Mas enfim... nesse longínquo tempo de 1970 e arredores, o modo como se produzia música também tinha suas diferenças. Para que um artista lançasse um álbum, era necessário muito equipamento caro, técnicos, produtores, gravadora... uma parafernália sem fim que tornava o processo de gravação bem mais caro do que é hoje. Naquela época, os artistas eram objetos de extensas campanhas de divulgação em rádio e televisão, para que as vendas cobrissem os custos de produção e ainda gerassem lucro. Sendo assim, as gravadoras não se interessavam em quem não fazia música para as massas, mas pelos hits. Indie rock e cauda longa, nessa época, nem sonhando.
E qual era o som que bombava nas rádios nessa época? Os ritmos populares! Boleros, baladas, sambas enchiam de tristeza os receptores do Brasil. Porque, se você não sabe, o Brasil é brega. Alegria em música popular é coisa recente e, até a década de 60, rara. Até hoje o tema predominante em canções brasileiras- amor- é em sua maioria cantado em forma de dor-de-cotovelo. Os críticos podem falar o que quiserem (e falaram, em muitos momentos da história), mas enquanto a classe média politizada ouvia MPB e tramava contra a Ditadura, os operários, empregadas, secretárias e todos que faziam o país funcionar se derretiam sob o som de nomes como Odair José, Waldick Soriano e Fernando Mendes.
Em que momento será que perdemos essa cultura? Será que a classe média que escreve letras de Chico Buarque em livros didáticos de História realmente matou a música brega? Será que viam essa "cultura popular" da mesma forma que olhamos torto hoje para o funk e o forró elétrico? Pode até ser, mas muitos artistas atuais estão provando a velha premissa do rock'n'roll ("você pode até brigar com seus pais, mas sempre vai se dar bem com seus avós") e buscando no arcabouço da música brega material para regravações, invenções e releituras.
Por isso o Implosão Sonora traz pra você a mixtape Brega Revisited! de músicas populares regravadas por gente nova e não-tão-nova assim. Afinal, os preconceitos culturais podem existir, mas o sentimento é eterno. Ou vai dizer que você nunca se sentiu apaixonado ao ouvir a canção "Você não me ensinou a te esquecer" sem nem sonhar que ela é, na verdade, de autoria do Fernando Mendes? Parte do material foi retirado de coletâneas, o que facilitou muito a seleção, mas tentei também ir além, buscando regravações individuais e versões bacaninhas.
Mas enfim... nesse longínquo tempo de 1970 e arredores, o modo como se produzia música também tinha suas diferenças. Para que um artista lançasse um álbum, era necessário muito equipamento caro, técnicos, produtores, gravadora... uma parafernália sem fim que tornava o processo de gravação bem mais caro do que é hoje. Naquela época, os artistas eram objetos de extensas campanhas de divulgação em rádio e televisão, para que as vendas cobrissem os custos de produção e ainda gerassem lucro. Sendo assim, as gravadoras não se interessavam em quem não fazia música para as massas, mas pelos hits. Indie rock e cauda longa, nessa época, nem sonhando.
E qual era o som que bombava nas rádios nessa época? Os ritmos populares! Boleros, baladas, sambas enchiam de tristeza os receptores do Brasil. Porque, se você não sabe, o Brasil é brega. Alegria em música popular é coisa recente e, até a década de 60, rara. Até hoje o tema predominante em canções brasileiras- amor- é em sua maioria cantado em forma de dor-de-cotovelo. Os críticos podem falar o que quiserem (e falaram, em muitos momentos da história), mas enquanto a classe média politizada ouvia MPB e tramava contra a Ditadura, os operários, empregadas, secretárias e todos que faziam o país funcionar se derretiam sob o som de nomes como Odair José, Waldick Soriano e Fernando Mendes.
Em que momento será que perdemos essa cultura? Será que a classe média que escreve letras de Chico Buarque em livros didáticos de História realmente matou a música brega? Será que viam essa "cultura popular" da mesma forma que olhamos torto hoje para o funk e o forró elétrico? Pode até ser, mas muitos artistas atuais estão provando a velha premissa do rock'n'roll ("você pode até brigar com seus pais, mas sempre vai se dar bem com seus avós") e buscando no arcabouço da música brega material para regravações, invenções e releituras.
Por isso o Implosão Sonora traz pra você a mixtape Brega Revisited! de músicas populares regravadas por gente nova e não-tão-nova assim. Afinal, os preconceitos culturais podem existir, mas o sentimento é eterno. Ou vai dizer que você nunca se sentiu apaixonado ao ouvir a canção "Você não me ensinou a te esquecer" sem nem sonhar que ela é, na verdade, de autoria do Fernando Mendes? Parte do material foi retirado de coletâneas, o que facilitou muito a seleção, mas tentei também ir além, buscando regravações individuais e versões bacaninhas.
Sim, Che, também temos nossos ícones.
Lado A
Adriana Calcanhoto - Caminhoneiro
Caetano Veloso - Você não me ensinou a te esquecer
Los Hermanos - Vou tirar você desse lugar
Lula Queiroga e China - Impossível acreditar que perdi você
Marina Machado e Samuel Rosa - Grilos
Móveis Coloniais de Acaju - Sorria, sorria
Otto - Pra ser só minha mulher
Zeca Baleiro - Retalhos de Cetim
Lado B
Arthur de Faria & Seu Conjunto - Uma vida só
Fino Coletivo - Eu te amo, meu Brasil
Frank Jorge - A dama de vermelho
Jumbo Elektro - A noite mais linda do mundo
Laranja Freak - Mon amou, meu bem, ma femme
Reino Fungi - Você não serve pra mim
Trash pour 4 - Não se vá
Reginaldo Rossi - Leviana (DjfRoid Remix)
E pra quem se interessou, recomendo o livro "Eu não sou cachorro não", do Paulo César de Araújo.
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por: Márcio Moreira ou DJ Potox
Hahaha.
ResponderExcluirMuito legal... E o anúncio "Por isso o Implosão Sonora traz pra você a mixtape Brega Revisited! de músicas populares regravadas por gente nova e não-tão-nova assim..." tá parecendo coisa das organizações Tabajara.
hahahhaa muito boa marcio!
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