Beatles Rock Band, Beatles Remasterizados, Retorno da Beatlemania, Beatles, Beatles, Beatles. Em todos os jornais, em todos os blogs, em muitos players os Beatles tem ressoado cada vez mais forte graças às comemorações de 40 anos do disco Abbey Road e todo tipo de lançamento no mítico dia 09/09/09. E, já que estamos nesse pé, o Implosão Sonora foi atrás também de seu quinhão Beatlemaníaco e decidiu falar um pouco sobre como o quarteto de Liverpool influenciou... o rock nacional.
O rock no Brasil não deu exatamente seus primeiros passos, ele começou coxeando na indústria fonográfica. Para início de conversa, tinha como ingrato cenário o surgimento da Bossa Nova no Brasil e a valorização cada vez maior da musicalidade brasileira. Antes do advento de artistas cosmopolitas e agregadores como Caetano e Gil, o rock encontrava terreno infértil num país tomado pela poesia burguesa de Vinícius e pelas vozes poderosas de gente como Nelson Gonçalves e Cauby Peixoto. O interesse no estilo era raro e espaçados e, graças a má representação de selos internacionais no Brasil, discos de rock aportavam por aqui com meses e até mesmo um ano de atraso.
A primeira brecha para o rock veio mesmo pela tela do cinema. Em 1955, a cantora de sambas-canção Nora Ney regravou Rock around the Clock, de Bill Haley and His Comets, para o filme Sementes da Violência. Em uma semana, a canção estava no topo das paradas, tendo inclusive versões em português dois meses depois tocando nas rádios. Em 57, surgia o primeiro rock composto no Brasil (Rock and roll em Copacabana, gravada por Cauby Peixoto) e a sonoridade já começava a chamar a atenção das gravadoras. Como foi dito, discos de fora chegavam aqui aos poucos e com certo atraso em relação ao lançamento em seus países de origem, e isso não acontecia apenas com discos de rock. Era comum, nas décadas de 50 e 60, que artistas fossem contratados exclusivamente para criar versões de hits estrangeiros e assim ganhar um troquinho em cima do sucesso alheio. Canções italianas, argentinas, tangos e boleros estouravam nas rádios nas vozes de artistas brasileiros, chegando ao extremo de haver até, pasmem, seis versões diferentes de uma mesma canção ao mesmo tempo nas paradas! Como o conceito de “álbum” ainda não existia, vendiam-se muitos compactos de 7 e 12 polegadas, às vezes com uma canção por lado. Assim, o que fazia sucesso eram canções esporádicas de artistas variados, criando uma cena musical prolixa construída sobre hits (não te lembra alguma coisa?).
Não demorou para que as gravadoras vissem no rock um mundo de sucessos desconhecidos do público brasileiro prontos a ocupar as primeiras posições nas paradas de sucesso. Assim foi lançada a cantora Celly Campelo, espécie de avó do rock nacional. De início cantando com seu irmão, Tony Campelo, Celly logo estourou em carreira solo com canções como Estúpido Cupido e Banho de Lua, deflagrando uma Cellymania tupiniquim mesmo antes do Fab Four lançar seu primeiro álbum. Até bonecas da cantora se vendia nas grandes cidades! Entrementes, diversos outros cantores pipocavam nas lojas de discos, investindo tudo em versões de sucessos de nomes como Paul Anka.
Assim, o rock passava de patinho feio dos intelectuais a queridinho da indústria fonográfica e dos jovens. Mas onde entram os Beatles nisso? Ora, enquanto o rock por aqui passava por sérias crises de identidade, embarcando nas ondas passageiras das baladas, twister e foxtrot, os Beatles criavam sua própria marola (se é que me entendem), fazendo o mundo curvar-se ao Iê-iê-iê. Grupos que eram até então quase punks, aprendendo a tocar nota a nota ouvindo discos dos Shadows e dos Ventures e compondo suas próprias canções, ganharam a oportunidade de projetar-se usando a sonoridade dos Beatles. Assim surgiram nomes como Renato e seus Blue Caps, The Cleevers e a própria Jovem Guarda. Sim, a banda mais importante do mundo, em versões água-com-açucar de letristas daqui mesmo, lançou os pilares para que Roberto, Erasmo e seus amiguinhos felizes invadissem a televisão e popularizassem o rock no Brasil inteiro, dando brecha para a entrada dos Stones, Dylan, The Byrds e quem mais viesse nas rádios brasileiras.
Ser rock era ser jovem e provocativo e não havia ninguém mais rock que os Beatles. A partir do lançamento de I wanna hold your hand, toda banda que se desse ao respeito tinha em suas compilações pelo menos uma regravação de Jonh e Paul, de Roberto Carlos a Ronnie Von, passando até pelos Brazillian Beats que emulavam até os terninhos e cortes de cabelo dos originais. O que reunimos na compilação a seguir é, para o bem ou para o mal, a semente do rock brasileiro e provavelmente tem mais valor histórico que artístico. Para baixar e ouvir rindo ou chorando, prestando nosso tributo nacional aos Beatles.
O rock no Brasil não deu exatamente seus primeiros passos, ele começou coxeando na indústria fonográfica. Para início de conversa, tinha como ingrato cenário o surgimento da Bossa Nova no Brasil e a valorização cada vez maior da musicalidade brasileira. Antes do advento de artistas cosmopolitas e agregadores como Caetano e Gil, o rock encontrava terreno infértil num país tomado pela poesia burguesa de Vinícius e pelas vozes poderosas de gente como Nelson Gonçalves e Cauby Peixoto. O interesse no estilo era raro e espaçados e, graças a má representação de selos internacionais no Brasil, discos de rock aportavam por aqui com meses e até mesmo um ano de atraso.
A primeira brecha para o rock veio mesmo pela tela do cinema. Em 1955, a cantora de sambas-canção Nora Ney regravou Rock around the Clock, de Bill Haley and His Comets, para o filme Sementes da Violência. Em uma semana, a canção estava no topo das paradas, tendo inclusive versões em português dois meses depois tocando nas rádios. Em 57, surgia o primeiro rock composto no Brasil (Rock and roll em Copacabana, gravada por Cauby Peixoto) e a sonoridade já começava a chamar a atenção das gravadoras. Como foi dito, discos de fora chegavam aqui aos poucos e com certo atraso em relação ao lançamento em seus países de origem, e isso não acontecia apenas com discos de rock. Era comum, nas décadas de 50 e 60, que artistas fossem contratados exclusivamente para criar versões de hits estrangeiros e assim ganhar um troquinho em cima do sucesso alheio. Canções italianas, argentinas, tangos e boleros estouravam nas rádios nas vozes de artistas brasileiros, chegando ao extremo de haver até, pasmem, seis versões diferentes de uma mesma canção ao mesmo tempo nas paradas! Como o conceito de “álbum” ainda não existia, vendiam-se muitos compactos de 7 e 12 polegadas, às vezes com uma canção por lado. Assim, o que fazia sucesso eram canções esporádicas de artistas variados, criando uma cena musical prolixa construída sobre hits (não te lembra alguma coisa?).
Não demorou para que as gravadoras vissem no rock um mundo de sucessos desconhecidos do público brasileiro prontos a ocupar as primeiras posições nas paradas de sucesso. Assim foi lançada a cantora Celly Campelo, espécie de avó do rock nacional. De início cantando com seu irmão, Tony Campelo, Celly logo estourou em carreira solo com canções como Estúpido Cupido e Banho de Lua, deflagrando uma Cellymania tupiniquim mesmo antes do Fab Four lançar seu primeiro álbum. Até bonecas da cantora se vendia nas grandes cidades! Entrementes, diversos outros cantores pipocavam nas lojas de discos, investindo tudo em versões de sucessos de nomes como Paul Anka.
Assim, o rock passava de patinho feio dos intelectuais a queridinho da indústria fonográfica e dos jovens. Mas onde entram os Beatles nisso? Ora, enquanto o rock por aqui passava por sérias crises de identidade, embarcando nas ondas passageiras das baladas, twister e foxtrot, os Beatles criavam sua própria marola (se é que me entendem), fazendo o mundo curvar-se ao Iê-iê-iê. Grupos que eram até então quase punks, aprendendo a tocar nota a nota ouvindo discos dos Shadows e dos Ventures e compondo suas próprias canções, ganharam a oportunidade de projetar-se usando a sonoridade dos Beatles. Assim surgiram nomes como Renato e seus Blue Caps, The Cleevers e a própria Jovem Guarda. Sim, a banda mais importante do mundo, em versões água-com-açucar de letristas daqui mesmo, lançou os pilares para que Roberto, Erasmo e seus amiguinhos felizes invadissem a televisão e popularizassem o rock no Brasil inteiro, dando brecha para a entrada dos Stones, Dylan, The Byrds e quem mais viesse nas rádios brasileiras.
Ser rock era ser jovem e provocativo e não havia ninguém mais rock que os Beatles. A partir do lançamento de I wanna hold your hand, toda banda que se desse ao respeito tinha em suas compilações pelo menos uma regravação de Jonh e Paul, de Roberto Carlos a Ronnie Von, passando até pelos Brazillian Beats que emulavam até os terninhos e cortes de cabelo dos originais. O que reunimos na compilação a seguir é, para o bem ou para o mal, a semente do rock brasileiro e provavelmente tem mais valor histórico que artístico. Para baixar e ouvir rindo ou chorando, prestando nosso tributo nacional aos Beatles.
Os Beatles em sua famosa passagem por Fortaleza
Beatles Brasil!
Renato e Seus Blue Caps - Feche os olhos
The Youngsters - Vem
Golden Boys - Michelle
The Fevers - Deixa assim
Roberto Carlos - Eu te amo
Ronnie Von - Meu bem
Golden Boys - Ontem
Os Vips - Submarino Amarelo
The Youngsters - Gente demais
Renato e Seus Blue Caps - O bode e a cabra
por Márcio Moreira
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